Entrevistamos nosso palestrante Giácomo Parolin para apresentar um pouco sobre seu trabalho em ecodesign

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O brasileiro doutorando na DTU e Grundfos, instituições da Dinamarca, Giácomo Parolin, falará durante o World Plastic Connection Seminar no dia 21 de agosto, às 16h30. O Think Plastic Brazil falou com o pesquisador para entender um pouco mais sobre o tema do ecodesign e como isso se aplica ao Plástico Transformado. Confira:

TPB: Qual o tema central de sua pesquisa na Dinamarca e como isso se relaciona ao mercado do plástico?

Giácomo Parolin: Eu estudo o processo de inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, com foco em sustentabilidade ambiental. Como inovar para sustentabilidade? Como o design para sustentabilidade, ou ecodesign, pode ajudar organizações a responder às crises ambientais de hoje e do futuro? Hoje em dia falamos de múltiplas crises ambientais – emergência climática, crise de biodiversidade, escassez de recursos. As organizações têm um papel importantíssimo se quisermos sair dessas crises. As empresas da cadeia do plástico serão cada vez mais pressionadas para contribuírem para a solução destas crises, seja por compradores, consumidores, governos, financiadores, e até competidores internacionais. E com razão, pois é um setor com grande potencial para isso! O desenvolvimento de tecnologias e inovações sustentáveis é um dos grandes poderes da indústria do plástico para andarmos em direção a um mundo mais sustentável. Mas precisamos agir, e agir agora.

TPB: Quais as principais tendências apontadas pelo ecodesign atualmente?

Giácomo Parolin: Economia circular com certeza é a maior tendência da última década no mundo do ecodesign, e deve permanecer assim pelos próximos anos. Economia Circular é a ideia de que devemos estender ao máximo a vida-útil dos produtos e materiais, evitando o descarte precoce e facilitando reuso e reciclagem. Por um lado, é uma ideia muito lógica e até simples – nenhum conceito desses é novo ou surpreendente. Mas, ao mesmo tempo, envolve uma grande mudança de paradigma no nível da economia como um todo, que vai além do design de produtos e passa pelo modelo de negócio das empresas e por mudanças em todas suas operações. Os proponentes da Economia Circular dizem que, além de bom para o planeta, essa mudança também é boa para os negócios. A União Europeia comprou a ideia e está desenvolvendo uma regulamentação forte nesse sentido, o Plano de Ação para a Economia Circular, que incluirá maior controle de substâncias químicas nos materiais, requisitos de eficiência energética, e de longevidade de produtos. A preocupação com aquecimento global e mudanças climáticas também está muito forte, com o surgimento da “iniciativa de metas baseadas na ciência” ou “Science-Based Targets initiative (SBTi)”. O SBTi é um framework para empresas desenvolverem e adotarem metas muito arrojadas para redução de emissões, no curto e no longo prazo. Estamos falando aqui de reduções de 50% nas emissões até 2030, e praticamente 100% até 2050. Isso com certeza terá efeitos na cadeia de suprimentos das empresas – incluindo aí os fornecedores de plásticos.

TPB: Como as informações que você apresentará em sua palestra poderão auxiliar as empresas de plástico transformado no Brasil?

Giácomo Parolin: Frente a esse turbilhão de crises e regulamentações, vou focar no que as empresas podem fazer hoje para contribuir para um mundo mais sustentável. É muito fácil o discurso ambientalista se perder em catastrofismo, paralisia, ou em apontar o dedo para outros, porque o problema realmente é muito grande. Mas há muito que podemos fazer agora para nos tornarmos mais sustentáveis e competitivos. Não será a solução para todos os problemas, mas será algo, será melhor que ontem. Vou falar dos vários projetos do meu grupo de pesquisa na Dinamarca e como ele podem ajudar concretamente as empresas do plástico brasileiro nessa jornada para a sustentabilidade. Falaremos a respeito de maturidade para economia circular, quais ferramentas de ecodesign podem ser utilizadas, e onde encontrar recursos para aprender mais sobre o assunto.

TPB: Onde podemos ter mais informações sobre sua pesquisa?

Giácomo Parolin: Eu posto regularmente sobre minha pesquisa na minha página do Linkedin (https://www.linkedin.com/in/gicoparolin/). Recomendo também seguir o ready2LOOP (https://www.linkedin.com/company/ready2loop/) e o Reboundess (https://www.linkedin.com/company/reboundless/), dois projetos grandes do meu grupo de pesquisa sobre ecodesign. Recentemente também dei uma entrevista à Manufacturing Academy of Denmark, que você pode encontrar aqui (https://www.youtube.com/watch?v=mUhAx_s_7hc). E por fim, claro, há os artigos científicos onde apresento em detalhe os resultados da minha pesquisa.

Confirma a programação do seminário e inscreva-se em https://lang.thinkplasticbrazil.com/wpc_summit_2023/